11 # Carta para uma pessoa falecida com a qual gostavas de falar

  É esta a única forma de eu tentar expor tudo o que se tem passado, a falta que nos causas e o quão a tua morte é relembrada nas quatro paredes desta divisão.  
       A vida é demasiado imerecida, disso eu já tinha conhecimento, mas assim que partiste que deixei de puder observar-te com a tua imensa força lutar contra o mal que te surgiu conclui que de facto ela podia causar dissabores que nos magoam e perturbam a mente. Mas a verdade? É que não vale a pena tentar combater o destino, ele é repentino e irreversível; ele não olha aos que recruta e aos que desabriga quando actua.  
      Tu foste um dos incidentes dele. O teu mirar azul mais claro que o céu, o teu sorriso, o louro do cabelo e a honestidade do coração, ele roubou te de nós – o nosso anjo, a protectora de todas as boas causas, a combatente ao quase “impossível”. Pouco lhe importou se todos os que te idolatravam iam chorar, sofrer; usurpou levar-te daqui para que aprendêssemos a lidar com a dor, a suportar o dito insuportável e a ultrapassar a saudade, a falta de olhar nos teus olhos e receber o teu abraço.
       Quero que saibas que a tua menina está bem cuidada, que é uma mulher – que os seus onze anos reflectiram-lhe uma nova visão do mundo, que tudo o que lhe fizesse chorar agora é um sorriso que ela demonstra. E ele também, continua o mesmo homenzinho de sempre – cuida dela. E todos sentimos muito a tua falta.  
         Precisamos de ti Tia, precisamos que nos dês sinais ou envies sonhos para que saibamos que estas bem; sem sofrimento. E por favor, estejas onde estiveres, cuida de nós.


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