Cada lugar teu*

Tenho a certeza que vou regressar aquele lugar, ao primeiro. Vou sentir saudades do teu toque e dos teus segredos, vou sentir falta da cumplicidade e do desejo, sim vou e não posso negar.
Não esperes que seja eu a falar contigo ou a mandar-te uma mensagem. Não te descuides, estou a seguir os teus passos, com atenção e rigor – sem te seguir. Quando o teu odor se inalar no meu olfacto eu vou conter o pranto de modo a que não tenhas a mínima desconfiança do que eu sinto. Aguarda pelo descruzar de olhares que eu tento respeitar e cumprir crucialmente.
Vou ficar “off-line” assim que a tua fotografia aparecer no canto direito do ecrã e vou evitar atender as tuas chamadas – porque eu sei que ainda vais sentir a minha falta. Admiro a arte de conseguir esconder ou pelo menos exteriorizar o que sentimos, os ditos impulsos. São insurrectos e quase incontroláveis mas eu consigo suporta-los. Há memórias únicas e secretas que me percorrem a mente noite após noite. A certeza de que só nós dois sabemos o que aconteceu tranquiliza-me e não me faz arrepender de nada, absolutamente NADA.
         Contudo não vais quebrar regras ou maneiras para ficar comigo, eu sei disso. Não vais pular a janela, ou gritar pelo meu nome. Não me vais sussurrar ao ouvido o que tenho vindo a sonhar. Não vais ter um gesto descomedido mas és capaz de dirigir-te a mim, mais tarde ou mais cedo, disso não duvido. Apesar de tudo eu acredito que ainda existe um ser racional dentro de ti que não é só o sorriso bonito que escondes, ou os olhos que captam atenção de toda gente. És o odor que suportas, és o corpo e a responsabilidade que carregas e ainda a visão porque anseias. E bom ou mau, é isto que eu sinto por ti. 


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