Eu acredito *


                As lágrimas deixaram de fazer parte da minha rotina, há já muito tempo. Aprendi que o truque é nunca recuar e não deixar nada por fazer, mais fácil nos arrependemos do que podíamos ter feito do que o que fizemos. Eu acredito em príncipes, em amor eterno, na palavra ‘sempre’ – sinceramente, sei que uma parte de mim será sempre assim, inocente, pura e ingénua. Acredito em mim, em raros casos acredito no “nós” e tenho a certeza absoluta de que tudo que é de bom está guardado para mim. O desapego tornou-se uma arma, e o silêncio uma defesa – não cedo entrada a qualquer pessoa, agora, e só após um grande lapso percebi que era esta a estratégia.
         Palpita o meu coração, mas de muito não lhe adianta – resisto, ignoro e absorvo os embates sem nunca recair. Todavia quando passares de palavras a atitudes, estarei pronta para te enfrentar. Até lá, é escusado tentar ir mais longe – a linha que nos une é descontínua e insegura, e eu não confio mais em linhas franzinas porque como já te disse: comigo é tudo ou nada.