" What hurts the most "


     Eu consigo suportar a tua ausência, agora consigo. Em tempos chorei que nem uma criança. Tinha o coração partido, pela primeira vez em dezasseis anos de vida. Sofri em silêncio, amei calada, desisti também sozinha.
     Não, eu nunca te amei em público – nem precisei fazê-lo. Amei-te por conseguir aceitar que não eras perfeito, por conhecer-te os defeitos, a fama, o ‘ódio’ e a solidão. Amei-te pelo teu instinto impulsivo que me fascinava. Tanto pela persistência, como pelo cansaço que aparentavas sentir. Eu estava a tentar aceitar-te, e acabei por te amar. Amei-te pelo que partilhei contigo, que se fosses quem eu julguei – guardavas só contigo. Eu aguentei o primeiro desabar, aguentei o segundo e o terceiro mas o quarto abalou-me mortiferamente. Era um intenso pranto, desejoso de surgir. Era a vontade de agarrar-te na mão e dizer-te “PORRA, EU AMO-TE NÃO ME MAGOES”. Queria aquela cumplicidade que nos pertenceu. Preciso mais do que o teu carinho, a tua atenção e confiança. Preciso do teu cheiro misturado no meu, dos teus braços agarrarem-me forte como sei que consegues fazer. Acho incrível, teres obtido a minha confirmação e no dia seguinte olhares-me nos olhos como quem diz “Eu sei o que sentes por mim”. Mas tu sempre soubeste, sempre.
     Até que eu me cansei de acreditar. De aceitar ver-te envolver com outras, diante dos meus olhos. E duvido hoje, do teu respeito por mim. Mas tudo bem, és um verão encerrado. Uma folha rasgada do meu livro. Agora não quero saber. Se choro todos os dias antes de adormecer? De que interessa isso? É isso que nós, meninas, fazemos. Choramos todas as noites, e na manhã seguinte acordamos acreditando que vai passar. 


2 comentários:

Aurora disse...

Adorei ler-te <3

Helena Telinhos disse...

Obrigada por seguires e ja agora adoro o teu blog (:

beijinhos