" I want you to stay "

Eu quero que fiques. Ficas? Estou cansada de idas e voltas, estou farta de saudades e mal-entendidos que guardo no coração.

Já há bastante tempo que não me sentia tão melancólica, possivelmente já não parava para pensar faz tempo… Mas hoje o tempo está propício para um desafogo como este, que acompanho com uma incrível melodia que parece, ter sido escrita baseando-se em mim. Transbordo lembranças de pessoas que não querem nem saber como eu estou, ou se de algo preciso. São memórias perpétuas, tal qual a sentença de um crime horrendo que eu não cometi. Eu apenas entreguei o meu coração, deixei que certas pessoas entrassem e julguei que nunca me iriam trocar, magoar, esquecer. Assim sendo, deixei conservar todas as míseras gotas de água que caíram, julgando que um dia seriam rios, talvez oceanos, de momentos compartilhados… E uma vez mais, foi pura (des)ilusão. Fizeram de mim, apenas uma paragem de repouso e voltaram a levantar voo: após libertarem todas as mágoas do coração, de encontrarem em mim o conforto, retomaram o caminho… Sinto-me algo descartável, pois continuo aqui sentada de pernas cruzadas, vendo o tempo passar, a chuva segue o seu percurso natural e eu insisto, insisto teimosamente, em retornem o caminho atrás e abracem de maneira a que “isto” tenha sido só um pesadelo. Algo efémero, utópico e longínquo…  

Shhh, escutem só o som frenético dos meus dedos… Até eles já não e obedecem, não era suposto deixarem o meu coração alongar-se tanto assim… Ninguém conhece, ou talvez todos conheçamos a sensação de estar sozinhos, ainda que rodeados por imensas pessoas queridas. Eu sou ambígua e contraditória. Hoje estou assim, como devem imaginar de coração leve e perdido, amanhã contudo acordo cheia de energia, pronta para me rir, para falar horas a fio, ou para arriscar novas aventuras. Não tenho medo, do novo, do recém-chegado… E até pode ser isso que mais me magoe. Estou farta de reticências, de paráfrases, de hipérboles, de eufemismos para o que realmente acontece e sinto: tenho saudades, porra, é tão humano como estar apaixonado e feliz!