Que tempo dão hoje?

     Talvez eu já tenha perdido o fio à meada. Talvez eu já me sinta tão apática que não consigo encarnar outro eu. Hoje, o tempo abre e fecha ... o sol dá sinais de que vai ficar e por conseguinte as nuvens ‘escondem-no’ , correndo na pele de leve arrepios. Até o tempo se alinha comigo, “descobre e encobre”, tal como têm sido estes últimos tempos da minha vida. Por vezes, sinto que vivia à luz de um sol que era ilusório e que certas ‘nuvens’ protegiam. Mas como jogo pelo seguro, e em dias que a meteorologia prevê chuva – o sol pode até raiar cedo, que mesmo assim levo o guarda-chuva na bolsa. Um por cento de hipótese que chova? Ok, aceito, e protejo o meu tão adorado cabelo.
     Contudo parece que não funciono com tempo ambíguo e tão pouco que protejo da mesma forma, com tanto cuidado o meu coração. De todas as ‘paixonetas’ que uma adolescente pode ter, há sempre uma que é especial. Que fica, e acompanha até ao fim dos seus dias … Naturalmente, costuma ser a que lhe é correspondida. Aquela que proporciona pequenas palavras, grandes conversas; aquela que nos faz adormecer com o cheiro dele na pele, na roupa, na cabeça. É, e no meu caso tenho a certeza que de ti em diante nada vai ser igual. Foste rotina que virou lembrança, transformas-te amor, cumplicidade e confiança em dor, mentiras e silêncio. Partiste o meu coração e todavia eu sei que nada foi ilusão minha. Eu sei que o sol que nos acompanhava era real, tu é que não quiseste aproveitar o ‘bom tempo’ que tinhas. Optaste pelo nublado, que te levou a viver tempestades … como já citei, não funciono com tempo incerto. Ou visto calças ou visto calções, não dá para ser os dois ao mesmo tempo. Entendes?

     Quebraste o meu coração, agora por favor cuida do que é nosso. Cuida do nosso segredo, cuida de tudo o que me falaste enquanto ainda o sentias. Cuida de ti, porque por opção minha não quero mais fazê-lo. Não quero fazer parte de uma história que não me pertence.

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