O teu lugar era do meu lado, era adormeceres
comigo em mente e acordares a cair da cama e a dizer “Desculpa, adormeci”. Era
hábito teu planear os sonhos, resolver tudo fácil e deixar-me com o teu cheiro
na pele. Era esse o nosso destino, a nossa rotina. Viver entre 4 paredes uma
rotina diária que te deu acesso total ao meu coração. Mas foi ‘sol de pouca
dura’, esmoreceu fácil porque tu falhaste comigo. Falhaste comigo como eu nunca
te falhei. Amei-te com todo o meu coração, voltei sempre que vieste atrás de
mim, parei e escolhi ficar do teu lado… E ainda assim, não foste honesto para
comigo. Não fizeste de mim mais uma, não é disso que se trata, fizeste de mim ‘a
tal’. A tal que mesmo o sendo não te bastou. A tal para quem corrias, e onde
sabias que sempre encontraria o abraço de conforto.
Julguei que seis meses depois, todas as lágrimas
que desceram pelo meu rosto acabando por secar no meu peito tinham ancorado na
praia das memórias, formando entre elas um imenso oceano de saudade. E sem qualquer
pretexto de imaginação cada lágrima que eu brotei, cada grito que eu contive acabou
por gerar uma nuvem pesada que eu deixei de suster faz muito tempo. Longe da
vista, longe do coração? Foi nisso mesmo que eu me baseei, e foi mais uma
escolha errada. Cada vez que me cruzo contigo as secas lágrimas humedecem os
meus olhos, talvez algo que me seja útil aquando lentes forem a minha opção.
Mas todavia neste momento, não me faculta a vida. Pelo contrário, cada vez que
te vejo na rua, imagino-nos juntos. De mãos dadas, felizes como fomos outrora.
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