Andas a evitar o que tem de acontecer. O
fim. O nosso fim. Não tem nada de confuso ou controverso. Temos de por um ponto
assente neste meu amor, já que o teu, se realmente existir, não é suficiente
para nos levar em diante. Em tom coloquial peço-te que vás embora, sem olhar
para trás. Sem deixar rasto ou porta entreaberta. Vai, e não voltes mais. Não
sejas covarde, liberta-te do comodismo, sai da tua zona de conforto para
puderes ser feliz. Verdadeiramente feliz. Andas a brincar às relações mas eu já
não tenho catorze anos ou inocência para autorizar este tipo de situação. Igualmente
as lágrimas já não valem o que valiam há tempos atrás. A dor suporta-se, mais
fácil ainda quando se está longe. Os quilómetros eram só um pormenor mas agora
tornaram-se os meus melhores amigos.
Será que vais esquecer-te de mim, como
esqueceste a anterior a mim? Ainda que o faças tenho de te agradecer pelo bom
que causaste, pelo dia catorze, e pelas palavras honestas que pronunciaste.
Quem sabe as únicas em tanto tempo. Será que tens noção que já se passaram nove
meses? O tempo de uma nova vida nascer, tempo suficiente de as estações se
renovarem, ou de separações intensas acontecerem. E tu, durante nove meses da
minha vida, manipulaste sentimentos, emoções, orgulho, distância e afins.
Poderia gostar de ti por mais um, dois ou
dez anos. Podias ser o passo crucial. A decisão última, a mudança e a certeza.
Devia ser eu para quem ligavas em dias maus, devia ser em mim que adormecias
tranquilamente, dever… Qual dever, não me deves nada. Podias querer, como eu
sei que queres mas não tens planos para nós. E eu só posso desejar-te o melhor.
Mas longe de mim pois não tens asas para voar comigo, nem terreno firme para eu
aterrar e não mais levantar voo. Quanto tempo mais me queres prender em ti? As
tuas cordas não são suficientes para alguém que tem ambições, desejos a longo
prazo e certezas.
Dói-me
a alma, que nem a Garrett, mas não pelo amor correspondido ou pelo exótico do ‘nosso
amor’. Dói-me a alma e é cansaço acumulado, tentativas a mais, querer demais. Mas eu não sou vítima
de amor, sou vítima de sentimentos. Porque eu sinto tudo, sinto muito e sinto
sempre. E tu não sabes o que isso é, pois vives com medo, vives preso e eu sou
livre.
Se algum dia leres isto, espero que tenhas
consciência de que me mandaste embora. Que me perdeste porque não me disseste
nada. E o teu silêncio matou a minha fé, esperança e o meu amor. Porque de
alguma forma isto foi amor. Eu sou amor e tu possuíste o meu amor. Na sua forma
mais genuína, dócil e bruta. Eu fui tua e tu não me agarraste.
1 comentário:
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